Frustração é "estado de um indivíduo quando impedido por outrem ou por si mesmo de atingir a satisfação de uma exigência pulsional". Dicionário Online de Português
Frustração nada mais é do que a insatisfação diante de uma expectativa não realizada. Ela desencadeia sentimentos e comportamentos negativos tais como: raiva, tristeza, revolta, injúria, paralisação, agressividade . No entanto, a frustração pode ser também positiva e saudável, a medida que diante dela podemosencontrar novos recursos para superá-la.
No universo infantil, ela pode se manifestar com o choro do recém nascido quando sente fome ou está sujo. Já nos mais crescidos, com as famigeradas birras e choros, seja por não ganhar aquele brinquedo da vitrine ou perder para o amiguinho na brincadeira.
E é nesse momento que algumas atitudes podem ser tomadas:
ATITUDE A) Explicar à criança o por que aquilo não pode ser realizado.
ATITUDE B) Atender o pedido da criança.
Na primeira atitude, falamos da educação através de uma comunicação clara, delimitação de limites, coesão entre a decisão pelos cuidadores.
Na segunda atitude, o cuidador cede ao desejo da criança pela dificuldade em vê-la "sofrer" por não obter o que quer ou até mesmo porque aquela birra ou choro incomoda.
Percebo que os filhos são para os pais uma extensão de si. Há muita expectativa de que o filho "dê certo", seja feliz, tenha sempre o melhor. Afinal, quando o filho chega é comum que muitos pais queiram lhe oferecer o que eles podem não ter tido ou até mesmo, oferecer uma vida sem frustrações.
Dar tudo o que uma criança quer comunica: "POSSO TUDO O QUE EU QUISER". E é comum que seja fruto deste modelo de educação o imediatismo, a baixa resistência a frustração, a falta de recursos internos para lidar com situações.
Você deve ter uma história de superação, em que aquela coisa que você tanto queria não dava certo e com determinação a superou. Pegue a história de grandes personalidades do mundo que você admira, com certeza suas biografias estão recheadas de superação diante às frustrações.
Resistência a frustração e resiliência são processos que nos fazem superar situações difíceis e amadurecer emocionalmente. No começo pode ser difícil para os pais terem que lidar com a birra/frustração da criança, mas isso é essencial e pode mudar muito a forma com que o filho faz escolhas no futuro.
E como os pais podem proceder diante a uma birra?
Quero enfatizar a importância da comunicação clara entre pais e filhos. Um "não","por que não" como resposta deixa a criança confusa do motivo de não realizar aquilo que ela quer. Quando ela toma conhecimento das consequências que aquilo acarreta, mostra-se a ela o limite e favorece a confiança entre ambos. A baixo coloquei alguns exemplos de como se comunicar melhor com o filho diante de uma situação de birra:
– Filho! Não pode puxar a orelha do titiu! Não pode! Que tal tentar assim?: – Filho! puxar faz dodoi no titiu! Faz carinho nele assim...
–Filho, já chega de brincadeira por hoje! Chega, não pode mais. Que tal tentar assim?:– Filho eu sei que você quer muito continuar brincado, mas já está na hora de ir para casa, nós vamos tomar um banho bem quentinho e dormir. Cada coisa tem sua hora, lembra?! A hora de brincar já acabou por hoje, está chegando a hora de dormir. Você terá muitos outros dias para brincar.
Aos poucos é comum ver crianças até ensinando outras sobre esses esclarecimentos dos pais. Faça esse teste e me conte sua experiência! 😉
Cofundadora
Psicóloga formada pela PUC GO com sub-ênfase em Psicologia Social. Possui experiência em mediação sistêmica. Coordenou grupo de estudos em desenvolvimento infantil. Bolsista CNPq. Formação em Break Trough System pela International Body Talk Association. Formação em Filosofia pela FGV Online. Colaboradora na construção de material teórico didático "provas piagetianas". Co-fundadora da Tau Psicologia. Proprietária da Imagem 7 Agência de Marketing.
Psicóloga formada pela PUC GO com sub-ênfase em Psicologia Social. Possui experiência em mediação sistêmica. Coordenou grupo de estudos em desenvolvimento infantil. Bolsista CNPq. Formação em Break Trough System pela International Body Talk Association. Formação em Filosofia pela FGV Online. Colaboradora na construção de material teórico didático "provas piagetianas". Co-fundadora da Tau Psicologia. Proprietária da Imagem 7 Agência de Marketing.
Apelidada de Ana, a anorexia nervosa ganhou espaço no mundo virtual. Em sites que exibem mulheres magérrimas como padrão de beleza, estão as atenções de adolescentes e jovens adultas. Tais sites são criados para incentivar o comportamento base do transtorno de anorexia nervosa: a inapetência. O objetivo dessas jovens: serem magras a qualquer custo.O que tais mulheres desconhecem, infelizmente, é que a anorexia pode custar a própria vida.
Alvo de preocupação dos profissionais de saúde, a Anorexia Nervosa está entre os transtornos mais comum em adolescentes do sexo feminino, fazendo comorbidade com a depressão e outros transtornos mentais, com altas taxas de mortalidade. Insisto: a Anorexia pode causar a morte da adolescente.
Um comportamento é considerado "problema" quando sua ação gera uma consequência que prejudica a própria pessoa ou outrem. Assim, quando o desejo de ser magra torna-se uma obsessão, com pensamentos recorrentes e persistentes referentes à alimentação e dor e sofrimento, precisamos estar atentos.
Derivado do latim, o termo anorexia significa “perda de apetite”. Na prática clínica, o que sabemos é que inapetência nada tem a ver com o apetite sendo, na verdade, consequência do desejo obsessivo de ser magra, de baixa autoestima, distorção de imagem corporal e questões familiares.
Assim, a Anorexia Nervosa é um transtorno alimentar, caracterizado pela resistência do paciente em manter um peso muito baixo para sua altura e idade, associado ao medo excessivo de ganhar peso e à recusa em aceitar a condição patológica, o que dificulta ainda mais o sucesso do tratamento.Temos muito o que falar sobre a Ana...
Neste exato momento, milhares de jovens estão em frente a um espelho em suas casas, achando-se gordas e inadequadas e, como solução, recusam-se a comer ou exercitam-se intensamente, por horas. Elas se veem gordas, apesar de estarem muito abaixo do seu peso corporal ideal (o índice de massa corporal -IMC- de uma adolescente anoréxica é inferior a 17).
Certa vez, uma mãe me perguntou como a filha conseguia acreditar estar gorda, se seu IMC era 16. E essa é a parte importante desse tratamento, que é promover uma psicoeducação para os familiares acerca do transtorno, visto que sem a compreensão e o apoio da família as chances de sucessos são ainda menores.
Para responder à pergunta da mãe, precisei contar a história de como construímos nossa imagem corporal ao longo da infância e que ela é definida por percepções, pensamentos e sentimentos ligados a nosso corpo. Sendo assim, estamos diante de uma construção completamente subjetiva.
No caso da anorexia nervosa, compreendemos que há um sistema disfuncional de autoavaliação pessoal. Para essas adolescentes em questão, o valor pessoal está atrelado a ter um baixo peso e uma imagem perfeita. É o que na terapia cognitiva comportamental chamamos de crenças distorcidas, ideias sobre si mesma que não condizem com a realidade da pessoa.
Enquanto Psicóloga, o meu difícil papel é conduzir essas pacientes numa jornada de correção dessas crenças erradas sobre si. É um desafio, considerando que do outro lado está a internet e, nela, os sites que incentivam o transtorno, convertendo-o quase numa religião, o que dificulta ainda mais o meu trabalho e dos demais profissionais.
Precisamos falar sobre Ana afim de promover prevenção e mais adesão ao tratamento.
Precisamos falar aos pais, a fim de auxiliá-los na árdua tarefa de educar filhas com forte senso de identidade e valor próprio.Precisamos promover espaço de discussão com adolescentes acerca das demandas da puberdade, que podem parecer excessivas e, em função disso, muitos buscam refúgio na preocupação excessiva com o peso e os alimentos. Podem até mesmo regredir à infância, por medo de lidar com as responsabilidades que o mundo adulto exige.
Acredito no poder da informação saudável, combatendo esse fenômeno de sites incentivadores da anorexia nervosa.Este texto é parte desse meu desejo de ser canal desse tipo de informação.
Encerro lembrando de Mário Quintana, que escreveu que os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas, os só livros mudam as pessoas (REVER ESTA FRASE...FICOU SEM SENTIDO A PARTE FINAL)
Ana Spenciere
Psicóloga Clínica
Formada há 12 anos pela PUC - GO e pós Graduada em Terapia Cognitiva Comportamental.
Era uma vez uma moça… Era uma vez um rapaz…
Um dia, se encontraram, conversaram e se gostaram. Tempo vai, tempo vem… e eles resolveram comungar uma vida juntos. O casal faz planos, sonha juntos e se compromete com uma relação estável e duradoura. Complementam-se e adaptam-se reciprocamente de modo a constituir um modelo de funcionamento conjugal. É muito provável que esse modelo resulta inicialmente da integração do modelo de conjugalidade construído nas famílias de origem.
Até que chega o momento de se entregar à relação sem ter a sensação de renúncia à individualidade ou às questões familiares. Do mesmo modo, não se deve renunciar às influências que o outro traz à relação. Cada membro vai reconstruir sua realidade individual, que deve estar também correlacionada com as definições do outro. Ou seja, os dois elementos do casal têm que negociar a vivência a dois, o que implica tomar uma série de decisões e posturas no cotidiano comum que, para além de ganhos, também implicam perdas, tudo para uma boa funcionalidade da relação a dois.
Agora, eles são “ex-solteiros” querendo criar uma nova família e um modelo próprio relacional, em que deve haver tempo e espaço para o “eu”, o “tu” e o “nós” e não tanto para os “outros”, que deverão ficar para segundo plano. Aprende-se então a desenvolver limites/fronteiras que protejam o casal da intrusão de outros membros. Assim, o casal aprende a lidar com o stress intra e extra familiar, e suas necessidades psicológicas serão supridas.
O dito popular tem alguns clichês que cabem muito bem numa relação a dois: “não se pode ter 100% de tudo” ou “quando se faz uma escolha, automaticamente você abre mão de alguma coisa”. Quando se resolver ser um casal, algumas atitudes são necessárias para preservar esse relacionamento. São esses padrões de comportamento instalados desde o começo que vão manter a relação ao longo do tempo, permitindo que essa resista à diversas circunstâncias e às mudanças previsíveis e imprevisíveis do ciclo de vida.
A relação conjugal tem três etapas:
– Fusão: refere-se aos dez primeiros anos, fase em que prima-se o equilíbrio entre a rede social, famílias de origem e outros sistemas de influência do casal. Os primeiros três anos são mais adaptativos. Aos sete anos a fusão fica mais definitiva, havendo uma partilha de poder e resolução de conflitos mais estruturada.
– Retorno ao “tu” e ao “eu”: refere-se ao período entre dez e vinte anos, momento marcado pelo crescimento e independência dos filhos, quando há. Esse espaço permite uma análise e reinvestimento na autonomia e individualidade de cada um.
– Empatia: com a saída dos filhos, fase conhecida como “Síndrome do Ninho Vazio”, existe a possibilidade de um voltar à valorização e investimento da relação. É uma fase de reforma, e o receio da própria morte ou do cônjuge assola o casal.
Outro fator importante é a satisfação conjugal. É natural que se faça uma análise pessoal e subjetiva do relacionamento. Pessoal porque cada indivíduo expressa sua opinião em relação a si e ao outro, e o desempenho de ambos na relação. Subjetiva porque cada um tem seus critérios para considerar essa satisfação, pois algo que é satisfação para um, pode ser insatisfação para o outro. Vale ressaltar que o casal pode se sentir com sua relação, ainda que a mesma pareça disfuncional aos olhos de terceiros. Do mesmo modo, uma relação que parece estar muito bem na visão dos outros, pode não estar satisfazendo os envolvidos no relacionamento.
Portanto, depois da frase “Enfim, sós!”, há a entrada de um terceiro, o “nós”, que é acalentado pelo sentimento de amor e completude. Dali por diante, haverá várias fases, muitas mudanças e diversas oportunidades de crescimento para o casal e para a relação a dois que, com amor, dedicação e atitudes vão complementar a vida de cada um, acarretar muitas histórias bonitas para se contar e ser satisfatoriamente feliz.